Inconformados com a vinda dos cubanos, brasileiro inovam no protesto. |
Fortaleza
– Na noite de ontem, um grupo de médicos brasileiros invadiu um restaurante no
centro de Fortaleza e protestou contra a crescente influência da pequena ilha
comunista na cultura do Brasil. O alvo da manifestação foi o Filé a Cubana,
especialidade da casa. Segundo o maitre, Oscar Dápio, os médicos estavam à
paisana, sem crachás, jalecos ou estetoscópios no pescoço que pudessem
identificá-los.
“Na
chegada, foram muito simpáticos. Deram às crianças aqueles palitinhos de enfiar
na garganta e distribuíram drágeas de amoxilina aos demais clientes, para
combater futuras viroses”, conta Oscar. Acomodaram-se na mesa, olharam o
cardápio rapidamente e fizeram o pedido. “Não gosto de carne vermelha, mas
manda este prato aqui, ó. Só no filé...”, disse o líder do grupo, Castro Antero
Loggia.
“Assim
que a comida chegou, todos se levantaram com rapidez e começaram a vaiar o filé
a cubana”, relata o garçom Sá K. Rolha. “Foi ensurdecedor”, diz Sá. “Até
levamos multa do Psiu”. Em seguida, os manifestantes gritaram algumas palavras
de ordem: ENGORDATIVO! ENCHARCADO! VOLTEM PARA CUBA, BANDO DE EMPANADOS!
Uma
jovem cardiologista, doutora Nicole Esterol, retirou o receituário do bolso,
rabiscou algumas palavras e fez um breve discurso. Ela disse que a
popularização desses pratos faz parte da estratégia do governo para implantar o
regime comunista no Brasil. “O povo engorda, fica doente e depois chamam esses
guerrilheiros travestidos de doutores para tratá-los”, comentou. “Além de
usarem hipnose, creio que eles colocam alguma coisa na água”, disse.
Nicole
também fez uma revelação: está convicta de que 10% do valor cobrado pela
iguaria vão para Cuba, para financiar a ditadura. “Está aqui, nesta revista
semanal, vejam...”
Ela
encerrou o discurso com gritos de “não passarão”, no que foi acompanhada pelos
demais compan...ops, colegas de profissão.
Segundo
o chef, tudo foi muito rápido, não deu tempo de a comida esfriar. “Em minutos, devoraram
o filé sofregamente, nem se certificaram se a carne era Friboi”. Com as
ervilhas que sobraram, registraram o protesto na bandeja, em letras garrafais:
ABAIXO FILÉ CASTRO!
Na
saída, chegaram a ameaçar o proprietário do restaurante, o finlandês Nobol
“Che” Vicky. “Ou eu retiro o Filé a Cubana do cardápio ou os White Blocs retornarão
armados com coquetéis margarita, feitos com garrafas de rum”. Segundo Che, eles
irão acender a tocha com charutos para “sentirmos o gostinho do próprio veneno”.
“Estou assustado. Pretendo mudar de ramo. Talvez um quiosque dos alfajores
Havanna”, confessa o proprietário, “sim, Havanna com dois enes, para evitar
problemas no futuro”.
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