"Cenas
fortes". Como se não bastasse o assassinato brutal e medieval de Fabiane,
a Folha de São Paulo coloca em sua página os vídeos com as cenas do
linchamento, com o devido aviso do que o internauta encontrará pela frente.
Curiosamente,
no caderno que retrata o "Cotidiano". Com o código embed para quem
quiser postar em seu blog. Em busca dos cliques a mais, da audiência a todo
custo, a qualquer preço. E, como se ainda não bastasse tudo isso, surge o
comentário preconceituoso, lembrando que "o Guarujá era tão chique, até
que a explosão imobiliária trouxe os trabalhadores do Nordeste". Está ali,
sem filtro nenhum, no veículo que abre o espaço para os trogloditas.
Que
venham os bárbaros, instigados pelos articulistas neofascistas! Pois esta morte
tem, sim, o dedo da mídia. Suas digitais estão lá. No corpo de Fabiane e nos
próximos corpos que virão. Dos outros acusados por crimes que não cometeram.
Tanto faz se a vítima for dona de casa "que sequestra criança para magia
negra", torcedor de time popular "que constrói seu estádio com
dinheiro público" ou militante de partido político "que transformou o
País num mar de lama" .
Pois,
com certeza, neste clima de puro ódio, com tantas mentes subjugadas, com tantas
mentiras publicadas em forma de notícia, outro linchamento será apenas questão
de tempo.