Momento 1: Na abertura, Galvão Bueno anuncia as vaias para o
interino golpista. Vaias e alguns aplausos. Não, pera. Vaias e aplausos. Se
Temer falasse um pouquinho mais, Galvão chegaria a poucas vaias e muitos
aplausos.
Momento 2: Ana Paula Padrão, na TV Record, cisma com a
Coreia do Norte. Como não viu a
delegação norte-coreana desfilar antes da Coreia do Sul, por ordem alfabética,
deduziu que os seus atletas ficaram presos no hotel sendo açoitados pelos
maquiavélicos comunistas. Só que não. A República Popular da Coreia, nome
oficial, entrou quase no fim, na sequência de países com a letra R.
Momento 3: repórter do SporTV entrevista Daniele Hypolito
após disputa por equipes e começa a entrevista falando da queda na ginástica de
solo. Mas a ginasta reage: “Em vez de ressaltarem as coisas boas, vocês falam
logo da queda...por que não fala da trave onde tive bom desempenho?"
Momento 4: o ex-judoca Flávio Canto, apresentador do
programa Balada Olímpica, chora, ao vivo e em cores, ao comentar a conquista do
ouro pela judoca Rafaela Silva.
Momento 5: Comentarista da BBC manda Galvão Bueno calar a
boca, pois está atrapalhando a largada da natação. Mas Galvão não para. E berra
no instante em que Michael Phelps ganha mais um ouro. Ainda bem que o nadador
americano não tem a letra R no nome...
Momento 6: terminada a prova dos 50 metros, repórter do
SporTV pergunta ao nadador brasileiro Bruno Fratus se está chateado com o
resultado. "Não, Tô felizaço. Fiquei em sexto, né?"
Momento 7: Diego Hypolito leva medalha de prata e Glenda
Koslowski berra, desafina e...chora! Ganhou o prêmio Galvão Bueno de
histrionismo na categoria individual.
Momento 8: Numa mesa redonda do SporTV, surge um intenso
debate a respeito do comentário negativo do New York Times, que classificou o biscoito
de polvilho Globo, famoso no Rio de Janeiro, como "sem gosto". Os
jornalistas, indignados, rebatem, falando mal do donuts,"aquela bomba
calórica!" Afinal, quem é o New York Times na fila do pão ou do biscoito?
Momento 9: Usain Bolt vence os 100 metros rasos. E começa a
tietagem da Globo, como se não existissem outros competidores. Só alguns
minutos depois ficamos sabendo quem ficou
em segundo e e terceiro. Em seguida, um repórter entrevista Bolt e pergunta em
inglês: estava motivado hoje? Resposta: eu sempre estou motivado...
Momento 10: a dupla Alysson/Schmidt vence e avança para os
semifinais. Locutor animado do SporTV entrevista papai de Schmidt (dei
conselhos a ele). Logo depois entrevista Tadeu Schmidt, tio famoso do atleta,
que não se controla e...chora!
Momento 11: logo após a vitória do saltador Thiago Braz, o
narrador Milton Leite solta um PQP, provavelmente direcionado a alguém da
equipe do SporTV: "tô falando, puta que pariu". Que fase, hein?
Momento 12: mico internacional. Técnico do saltador
francês fala que o Brasil é um País
estranho, pois Thiago Braz conseguiu juntar forças para superar seu adversário,
mas o jornal Le Monde inventou que Thiago se valeu de forças místicas para
vencer, fazendo menção ao candomblé.
Momento 13: o jornalista Marcos Uchoa, da Globo, entrevista
o saltador francês Lavillenie e, em nome dos brasileiros, pede desculpas pelas
vaias (merecidas) da torcida.
Momento 14: o apresentador William Waack sempre foi adepto
da carreira solo no Jornal da Globo. Pergunte para Christiane Pelajo. Mas,
durante a Olimpíada, ele teve a companhia de outra Christiane, que não aguentou
o mau-humor e respondeu à altura as provocações do medalhão. Bem, talvez ele
tenha problema apenas com quem se chama Christiane...
Momento 15: Galvão Bueno ao vivo é certeza de mico. No
estúdio da Vila Olímpica, após outra vitória de Usain Bolt, o humorista Marcelo
Adnet canta o hino da Jamaica; Galvão quer porque quer que todos fiquem em pé,
em sinal de respeito. Mas esquece que, entre os convidados, há o cadeirante
Fernando Fernandes, atleta paraolímpico, e Torben Grael, que perdeu uma perna
num acidente de barco.
Momento 16: "Vamos falar com nosso campeão olímpico,
também, meu querido amigo Tande, que jogava pouco, mas na praia não foi lá
essas coisas, não". Adivinhe quem é o autor da frase. Suas iniciais: GB.
Tande respondeu imediatamente: "Fui campeão mundial e você não lembra
disso". Em 2001, ao lado de Emanuel, Tande recebeu medalha de ouro...
Momento 17: Na final do vôlei masculino, no primeiro set, a
Rede Globo transmitiu a imagem de uma mulher segurando um cartaz contra Temer
por alguns segundos. Sem perder tempo, o narrador Luiz Roberto se apressou em
dizer que a exibição das imagens não era culpa da Globo, mas sim da empresa que
fazia a transmissão oficial.
Momento 18: diz a lenda das arquibancadas que gritar gol
antes da hora dá azar. Pelo jeito, gritar "ouro" antes da hora
também. Cleber Machado que o diga. Escalado para narrar a prova de canoagem de
mil metros, ele se empolgou e confundiu a marca de 250 metros com o final da
prova. E narrou a vitória de Isaquias Queiroz antes de terminar a prova.
Resultado: o canoísta chegou em segundo fico com a prata.
Momento 19: Operação "Sai Assobiando e Faz de Conta que
Não existiu". As manifestações contra Temer estiveram presentes em várias
competições. Não houve local de prova que não tivesse espectadores empunhando
cartazes e gritando "Fora Temer". Mas o fato só foi lembrado na
imprensa como algo desagradável e negativo, nas palavras de José Roberto
Guimarães, técnico do vôlei feminino. Pena que ele não viu as manifestações na
final do vôlei masculino e até no encerramento, pois, desclassificado nas
quartas de final, voltou pra casa mais cedo. Se viu, foi pela TV.
Momento 20: ao longo dos jogos, a mídia pôs em prática a
Operação "Passa uma Borracha na História", ao omitir a participação
de Lula na conquista da Olimpíada para o Brasil, o empenho de Dilma na
realização do evento e o investimento dos governos petistas no esporte de alto
rendimento por meio de programas especiais.