terça-feira, 29 de novembro de 2016

Fidel: resumo da ópera

Ele meteu o pé na porta, acabou com a putaria e disse em alto e bom som: aqui não! É nóis! Como não ficaram médicos na ilha, reinventemos a medicina! Como o embargo proibiu a chegada de diversos produtos, das peças de automóveis aos princípios ativos dos remédios, reconstruiremos os nossos veículos e façamos os nossos medicamentos! E vamos meter bolas entre as pernas dos Embargos Unidos!

Educação para todos não exige maiores recursos do que a força de vontade para ensinar. Que todos sejam alfabetizados e alimentados! E dormirão ao relento apenas as crianças que queiram contar estrelas. Do contrário, todas terão um lar, um abrigo.

E assim foi feito ao longo de 57 anos (poxa, a minha idade!). Se fossemos contar cada detalhe de la revolucion, tim-tim por tim-tim, ficaríamos escrevendo sem parar por horas, mais ou menos a duração de um discurso do maior líder. Em resumo bem resumido, foi assim que a ilha saiu do status "colônia estaduninense" e se firmou como uma pátria de verdade, sem os párias, para todos os verdadeiros patriotas.

Uma viagem sem escalas, com turbulência, claro, pois não se faz omelete sem quebrar ovos. E todos lá tem direito à sua omelete, ao contrário do que afirma a mídia ianque espalhada pelo mundo.

Sim, eles saem às ruas de azul e vermelho para defender o que é deles, não o dos outros. E sairão de novo para homenagear o comandante, com uma lágrima nos olhos e um leve sorriso nos lábios, de quem sabe que não é o fim,como pressupõem os reacionários de plantão. É só o começo.

(Fidel deixa como legado o sonho possível de viver numa nação igualitária, sem os problemas decorrentes do capitalismo; enquanto isso, o seu maior adversário, a poucas milhas de Havana, elege Donald Trump como presidente. Quem perdeu mesmo? Hehehe...)

Hasta la victoria, siempre, comandante!


É nóis!

Foto: site Vermelho

A reportagem

O editor entra na redação e pede urgência:

- Consigam uma foto do Azeredo na prisão, rápido! Vai para a capa.

- Como?

- Foto do Eduardo Azeredo, envolvido no mensalão tucano. Já foi condenado em segunda instância. É para uma reportagem sobre ex-governadores presos por corrupção.

- Oxe...ele não foi preso ainda...parece que o processo vai prescrever...mas temos umas imagens inéditas dos ex-governadores cariocas, presos preventivamente, sem condenação até o momento. Parece que o Cabral vomitou o café da manhã e o Garotinho tentou arrancar o cateter. Mas temos que publicar logo, pois a Globo pretende incluir as imagens na retrospectiva de 2016...

- Não servem. Todo mundo já publicou fotos da dupla, nas situações mais embaraçosas possíveis. Então me traga a foto do Ronaldo Cunha Lima, ex-governador da Paraíba pelo PSDB...aquele da chuva de dinheiro. Lembram? Escolha uma do sujeito a caminho do presídio...

- Vixe! O processo está parado. Não sei se é moro...digo, foro privilegiado ou morosidade, mesmo...

- Assim não dá, assim não pode. E o outro ex-governador mineiro, citado na lista de Furnas, que fez aeroporto nas terras do tio, que comandou a reforma da sede do governo, cujo nome foi citado várias vezes na lava jato? E o ex-governador paulista, acusado de receber 23 milhões de dólares na Suíça? Até agora nada? Estão todos soltos?

- Todos soltos. Mais soltinhos que grãos de arroz parboilizado. Mais escorregadios que pau de sebo em festa junina. Parece que são feitos de teflon. Nada gruda neles, hehe...

- Hehe...bem, sendo assim, a matéria caiu. Coloquem no lugar alguma receita culinária. Pode ser de escondidinho...