Nas
últimas semanas, o jornalista Milton Neves ultrapassou a fronteira do bom senso
com as suas reiteradas acusações infundadas em relação a um suposto
favorecimento do Corinthians no Campeonato Brasileiro por parte dos árbitros,
que ele chama jocosamente de "apito amigo".
Com
certeza, o comunicador não é o único a fazer ilações a respeito da atuação dos
árbitros, mas é o mais estridente. O mais irônico. O que age com total parcialidade,
já que se declara torcedor do Atlético Mineiro, cujo técnico e dirigentes não
se constrangem em "denunciar" esquemas e apontar o dedo acusatório
para o líder do campeonato sempre que o time obtém maus resultados dentro de
campo.
Sim, prevalece
a sensação de que aconteceram mais erros de arbitragem no atual torneio do que em
campeonatos passados. Mas esta sensação é muito reforçada pela alta tecnologia
das câmeras de TV, que capturam os lances em seus mínimos detalhes, com direito
a inúmeros repetecos, em ângulos que não correspondem à visão do árbitro e dos auxiliares.
Alguns
erros de arbitragem certamente favoreceram o Timão, mas também facilitaram a vitória de
outros clubes, mesmo que involuntariamente. Eles costumam ser "democráticos", pois atingem todos os clubes. O próprio Atlético venceu o
Palmeiras graças a um pênalti inexistente. O Santos, por exemplo, é o recordista em pênaltis a favor até o presente momento: sete. Um deles foi marcado porque o seu atacante tropeçou na grama!
No final
das contas, apesar da chiadeira e da choradeira, o impacto dos erros de
arbitragem pouco interferem na soma dos pontos. As
estatísticas comprovam que, se fossem evitados, a classificação permaneceria inalterada, com o Corinthians na liderança. Por quê? Ora, se o clube foi favorecido
em dois ou três lances, também foi prejudicado na mesma proporção. Basta puxar
pela memória ou consultar o Google.
Entretanto,
o jornalista ignora solenemente todas as informações que poderiam melar a sua
teoria da conspiração baseada no apito amigo. E transfere automaticamente para
o ramo do esporte o mesmo tipo de golpismo que vemos diariamente na mídia do
País, estimulando linchamentos públicos e disseminando o ódio contra governantes
eleitos legitimamente.
Uma coisa
é discutir teorias da conspiração nos botecos da vida e nas redes sociais, em
tom de brincadeira, sem maiores consequências. Outra coisa é usar canais
públicos de informação como o rádio e a TV para fazer comentários levianos, sem
fatos que comprovem as acusações, desqualificando o trabalho de profissionais
dos clubes, desrespeitando a massa de torcedores e expondo árbitros às ameaças da
torcida rival.
Na última
quarta-feira, por exemplo, o árbitro da partida Atlético Mineiro X Atlético
Paranaense teve que permanecer na arena até de madrugada, pois havia
atleticanos à sua espera no hotel onde estava hospedado.
Sabemos
que parte da mídia esportiva, especialmente Milton Neves e o UOL, usa o
Corinthians para gerar audiência, elemento fundamental para conquistar mais
anunciantes e elevar o preço dos anúncios. Em outras palavras, eles lucram com
a polêmica. Milton Neves é famoso por praticar o merchandising em seus
programas esportivos, fato criticado por jornalistas sérios, que evitam colocar
a informação e o comércio no mesmo tacho.
Só que, desta
vez, numa rápida e eficiente articulação entre torcedores por meio das redes
sociais, a Fiel Torcida foi pra cima do comunicador e começou a pressionar os
seus parceiros comerciais, que sofrerão boicote se continuarem a usar o
jornalista como "garoto-propaganda".
A campanha foi viralizada principalmente no Facebook, em grupos como Democracia Corinthiana, Barbearia Miguel Battaglia - Corinthianismo Vivo, Rádio Resistência, Resistência Corinthiana e Corinthians, o Campeão dos Campeões, entre outros.
É bom lembrar que o Corinthians é uma das marcas mais valiosas do mercado graças ao poder de consumo dos 30 milhões de torcedores.
A campanha foi viralizada principalmente no Facebook, em grupos como Democracia Corinthiana, Barbearia Miguel Battaglia - Corinthianismo Vivo, Rádio Resistência, Resistência Corinthiana e Corinthians, o Campeão dos Campeões, entre outros.
É bom lembrar que o Corinthians é uma das marcas mais valiosas do mercado graças ao poder de consumo dos 30 milhões de torcedores.
Ao longo
da última sexta-feira, 4 de setembro, as páginas de empresas como Rafarillo, Cerveja Proibida,
Construtora Esser, Sucos Camp, Sky, Esfihas Juventus, Aurora Alimentos, Bioleve,
Netshoes, Carrefour, Banco do Brasil, Bradesco e outras patrocinadoras receberam
mensagens - duras, porém educadas - dos corinthianos, saturados com o vale-tudo
que tomou conta da imprensa esportiva e de parte da sociedade que escolheram como alvo um dos clubes mais populares do Brasil.
No final
do dia, o comunicador publicou texto agressivo e arrogante, emitindo sinais de
que sentiu o golpe.
Destaco
alguns trechos: "alguns corinthianos listam meus 'trocentos' anunciantes
de rádio, jornal, TV e internet e enviam cartas-padrão para eles dizendo: 'ou
vocês tiram o patrocínio do Milton Neves ou nunca mais compramos seus
produtos'. Pode? Quanta burrice e quanta desinformação! E são burros porque se
algum sair, arrumo outro. Arrumo nada, procuram-me para ocupar o lugar. Há anos
que não prospecto anunciante, sou prospectado por eles."
Como a
campanha começou a surtir efeito, tudo indica que será amplificada nos próximos
dias. E será uma amplificação e tanto: a página do Corinthians no Facebook tem
mais de dez milhões de seguidores, um recorde na América do Sul. No twitter,
outros tantos. E existem centenas de blogs na internet, além de vários grupos
de whatsapp. Acho que, com esses números, inflados por tamanha indignação, dá
para mensurar o tamanho da encrenca.
Este aviso viralizou nas redes sociais |
O rei do merchã usa e abusa das acusações sem fundamento. |
Outro meme que circulou no facebook |
Comentários dos corinthianos inundaram as páginas dos patrocinadores do comunicador. |