terça-feira, 20 de junho de 2017

Craterolândia

   Acho que já passou da hora do nosso prefeito-barbie (cada semana uma profissão diferente) fantasiar-se de asfalto e sair preenchendo os buracos espalhados pela cidade. Viramos uma Craterolândia, este é o fato.

   Especialmente na periferia, onde moradores jogam barro nas crateras para que a via se torne minimamente transitável, ao menos até a próxima chuva. A foto abaixo foi tirada na rua Bujaru, Cangaíba.

   Que tal parar com este populismo barato e tentar prefeitar um pouco? O lindão já deve ter percebido que o sonho da Presidência está mais distante, pois além do Picolé de Chuchu estar lhe dando um chega-pra-lá com o auxílio dos SPTVs da vida, as recentes pesquisas mostram que ele é, eleitoralmente, um "quase nada" para o resto do País.

   Então, senhor prefake: pare de viajar tanto para o exterior e na maionese, vá visitar o seu gabinete, que deve estar com teias de aranha, e cuide mais do dia-a-dia da população. Essa palhaçada de governar pelas redes sociais e se fantasiar de trabalhador já deu, né? Seu período de experiência no trampo já passou e não convenceu até agora.

   Repito: asfalto é a melhor fantasia para o momento. Tem outras também: virar leite na casa dos estudantes, remédios nos postos de saúde, vagas nas creches, ônibus de transporte escolar, casa de cultura nos bairros mais afastados e por aí vai. E já que você tem tanto apego a automóveis, principalmente os mais velozes, cabe-lhe o papel de semáforo também - desde que não esteja apagado, como temos visto pela cidade.


Crônica do metrô interrompido

Não, não e não. O ato Pelas Diretas Já no Largo da Batata, realizado no dia 4 de junho, não contou com catracas liberadas do Metrô para aumentar o público, como aconteceu nos comícios pelo impeachment. Ao contrário: em vez de facilidades, mais dificuldades.

No caminho da linha amarela do Metrô havia um trecho interrompido, que obrigava o passageiro/manifestante a descer na estação Paulista, pegar um ônibus do sistema Paese, descer na estação Fradique Coutinho, entrar no metrô novamente e continuar até a estação Faria Lima.

Só fiquei sabendo da operação "pedras no caminho" já dentro do vagão que partiu da estação República, por meio de avisos sonoros e visuais. O anúncio do desconforto que viria a seguir foi demais para alguns passageiros situados ao meu redor, que se revoltaram com a situação (não, não e não - eles não se dirigiam para o Largo da Batata).

Os mais veementes protestos, em voz alta, seguiam sempre na linha do "eta paisinho de m...", o que provocou a minha pronta intervenção: "peralá, paisinho, não. Estadinho fica melhor". Afinal, o metrô é de total responsabilidade do Estado de SP, governado pelos tucanos há 23 anos, com Geraldo Alckmin à frente.

Foi o suficiente para que dois senhores, os mais indignados, despejassem o chavão típico de quem escolheu em 2014 um certo candidato que hoje encontra-se afastado das suas funções de senador e está às voltas com a justiça: "todos são ladrões, não é este ou aquele..."

Repliquei: "no caso do metrô, o responsável é Alckmin...ah, entendi: ele é o santo, não faz nada de errado, não se envolve em falcatrua e coisa e tal..."
- E o Haddad? Ele é também culpado...
- Errou, amigo! O metrô é total responsabilidade do estado. Não é disso que estamos falando?
- Mas esta linha é terceirizada...
- Ora, ela continua sob responsabilidade do estado, que fiscaliza a linha. O problema de vocês é que estão sempre protegendo o PSDB, fecham os olhos para a corrupção que praticam e só apontam suas baterias para o partido adversário...

Ainda ouvi alguns resmungos de um deles (tudo ladrão, PT, bandidos...) e respondi em voz alta: "ei, olha lá! Finalmente achei um eleitor do Aécio!

O sujeito nem olhou para trás a tempo de ver o meu sorriso de satisfação. Estava entalado na garganta, entende? Quem mandou desafiar os conselhos da mamãe e conversar com estranhos a caminho de um ato Fora Temer?

Lá pelas 20 horas, saí do evento e tive que fazer o caminho inverso: pegar o metrô na Faria Lima, descer na Fradique e encarar uma imensa fila de espera do ônibus Paese, que me levaria à estação Paulista.

Senti neste domingo um pouco do que os usuários da CPTM sofrem praticamente todos os dias, graças à quantidade absurda de interrupções nas linhas de trens. Com o agravante de que o emprego deles está sempre em risco, pois os ônibus lotam com facilidade e enfrentam congestionamentos, provocando atrasos geralmente não compreendidos pelos patrões.

Acabei descobrindo o motivo da interrupção da linha amarela entre as estações Paulista e Fradique Coutinho: execução das obras da futura estação Oscar Freire...rua chique, né? Bem que merece uma estação do Metrô. Facilitará as comprinhas...