A mais
nova gozação em cima da presidenta está relacionada à suposta gafe cometida na
ONU ao comentar a "estocagem de vento" na produção de energia eólica.
Sinto contrariar os humoristas de plantão, mas esta possibilidade é bem real.
Basta interligar as cabeças dos engraçadinhos que vai existir vento de sobra
(hahaha).
Brincadeirinha,
minha gente! Foi só um jeito bem-humorado de rebater a anedota. Mais uma, que
sempre tem como base a deturpação premeditada de um discurso da governante para
tentar ridicularizá-la.
A fala de
Dilma, apesar de ter sido um pouco truncada, está correta. E não deve ser
entendida em seu sentido literal, mas do ponto de vista técnico. Lembrem-se que
a plateia não era formada pelos leigos renitentes que habitam as nossas redes
sociais e que dispensam livros de história e física de segundo grau nas
respectivas bibliotecas.
Mas, num
mundo conectado, a circulação do vídeo gravado na ONU é livre. No trecho que
circula pelas redes, ela fez uma abordagem da matriz energética brasileira, comparando
a geração hidrelétrica à eólica.
Ela
afirmou, textualmente: "até agora, a energia hidrelétrica é a mais barata,
em termos do que ela dura (as instalações), da sua manutenção e também pelo
fato da água ser gratuita e da gente pode estocar (energia hidrelétrica)".
Pausa: nesta situação, estocar água significa estocar energia.
Prosseguindo:
"o vento poderia ser isso também, mas não se conseguiu tecnologia para
estocar vento". Nova pausa: puro sarcasmo...faltou uma risadinha a la
Sheldon, do The Big Bang Theory.
Continuando:
"se a contribuição dos outros países...vamos supor que seja desenvolver
uma tecnologia capaz de, na eólica, estocar...ter uma forma de
estocar...(energia - é disso que ela fala o tempo todo). Porque o vento é
diferente em horas do dia. Então vamos supor que vente mais à noite: como eu
faria para estocar isso (a energia produzida pelo vento)?
Enfim,
gozadores do meu Brasil varonil, vamos considerar que a presidenta é ruim de
oratória, mas em momento algum ela falou em descobrir tecnologia para estocar
vento. Não no sentido literal da expressão. Apenas apontou uma das dificuldades
para a expansão do uso da energia eólica, como mostra matéria publicada no
sítio da revista Carta Capital, em 11/09/2012. Destaco os parágrafos 12 e 13:
"De
forma ideal, se você tem algum tipo de dispositivo de armazenamento capaz de
guardar eletricidade em grande escala, poderia usar para armazenar eletricidade
quando tiver um excedente para usar quando os ventos estiverem fracos",
afirma Botterud.
"Mas
a estocagem ainda é muito cara e é um tanto limitado o quanto se é capaz
estocar com as tecnologias existentes".
Agora está
claro, não? O potencial da energia eólica esbarra no custo da sua estocagem.
Também é
importante destacar que Dilma Roussef é aficionada pela força dos ventos.
Em 2014, no final do seu primeiro mandato, foram adicionados aos sistema 2,5 GW
de potência instalada, fazendo do Brasil o 10º país do mundo em capacidade
instalada e o 4º que mais acrescentou potência no ano (Época Negócios,
15/09/2015).
Em julho
de 2015, a produção de energia eólica no Brasil alcançou um novo recorde,
quando foram produzidos 2.989 megawatts (MW) médios, segundo o Informativo
Preliminar Diário emitido pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
E tudo
isso sem precisar estocar vento. Imagine como vai ficar o País no momento em
que todas as cabeças dos nossos aspirantes a humorista forem interligadas...
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Realmente essa direita de hoje reflete a formação que recebeu das escolas particulares, cheia de superficialismos, suficiente somente para passar em vestibular. Fico muito triste de ver que não há diálogo possível com essa gente.
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