O
“jeito Alckmin” de resolver os problemas do Estado se resume a uma atitude: mandar a PM descer o cacete
em tudo o que se mexe. Dizem até que ele enviou um batalhão ao Sistema
Cantareira, para obrigar a água a descer pelos canos; e deslocou a tropa de choque na direção da
USP Leste para conter a expansão do gás metano no terreno contaminado...
Neste último mandato, a truculência do governador esteve presente no Pinheirinho.
Na invasão da Reitoria da USP. Na greve da Unesp. Até nas marchas da maconha.
Na
periferia de São Paulo, a presença “ostensiva” da PM na vida dos cidadãos é
rotineira – com a palavra as mães de maio. Atualmente, só o movimento dos
sem-teto tem sido poupado, talvez porque um dos líderes é filho de um assessor
tucano. E não deixa de ser interessante observar de camarote o desgaste dos governos
federal e municipal em ano de eleição.
Obviamente,
na greve do Metrô, Alckmin não poderia agir diferente do que é seu costume, pois o
uso da força faz parte da sua natureza autoritária e por saber que uma parcela
dos paulistanos “adora” demonstrações de violência chapa-branca. Contudo, passados 50 anos do golpe, é chocante
ver imagens da ocupação militar nas estações do metrô, como se estivéssemos
sofrendo um ataque terrorista, semelhante aos do seriado “24 horas”, aquele, do
Jack Bauer. Dá arrepios.
Tal
ocupação não deixa de ser um atentado. À democracia, principalmente, pois
revela a incapacidade deste governador em negociar, e que tenta mandar às favas o
direito de greve, mesmo que seja uma paralisação inoportuna, que só angariou a antipatia dos usuários, um tanto atormentados pelas manifestações esquisitas
que pipocam na cidade.
Só
espero que os metroviários, cujo sindicato tem forte influência do PSTU,
reflitam a respeito das estratégias adotadas, como o gesto infantil de pedir
catraca livre ao governador. Pedir?
Greves assim só contribuem para desgastar ainda
mais o movimento sindical, muito abalado pela paralisação surpreendente dos
ônibus municipais por membros da oposição e pelas atitudes eleitoreiras da
Força Sindical, que só se preocupa em fazer campanha para Aécio Neves.
Numa sexta-feira chuvosa e sem Metrô, na véspera do início da Copa do Mundo, essa central paralisou a avenida
Paulista para protestar contra a “política econômica do governo”. Claro, sem
repressão da PM. E, curiosamente, por objetivos alheios à liberdade de expressão.Foto Uol/Folha |
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