sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Ó, ratagões...

  Que tipo de gente apoia esse golpe paraguaio, que, se fosse concretizado, deixaria notórios bandidos à solta, impunes? Acredito sinceramente que não vai dar certo. No máximo, vai torrar a nossa paciência por mais alguns meses.

   Reconheço que a trama dos aloprados golpistas tem um grande mérito: revelar a ética de gelatina de uma parte dos brasileiros. Se for do meu time, roubar pode. Se for para derrubar quem eu não gosto, tem o meu apoio.

   Na verdade, o buraco é mais embaixo. Muitos dos políticos que estão aí emergiram de um caldo de cultura que não exige muito rigor na rotina dos seus próprios negócios, nas suas relações sociais e no respeito à legislação vigente. Daí a tentar obter vantagens no trato da coisa pública é um pulo. É claro, aqui e ali, o DNA da nossa esquisita colonização ainda se faz presente. As elites ainda teimam em continuar dando as cartas, usando as mãos dos que pensam que foram aceitos por elas.

   Um cidadão atento e rigoroso com os valores éticos percebe facilmente que os marujos que estão na barca do impeachment são políticos de má índole, com longa experiência em fugir das punições. Não passam de ratos querendo tomar conta da embarcação mesmo que estejam com a ratoeira no pescoço. E, de quebra, também pretendem botar pra caminhar na prancha o candidato mais forte na próxima eleição. Fácil, não? Como já disse Mané Garrincha, sempre se esquecem de combinar a jogada com os adversários...

   Preciso dizer quem são os ratagões? Ou a quais partidos pertencem? Acho que não, né?
Assumir uma postura mais nobre em relação a tudo o que está acontecendo às claras no golpe paraguaio (sim, é paraguaio...ou prefere hondurenho?) não significa aderir a Dilma, que está apenas de passagem por um cargo importantíssimo, mas que ocupará cadeira cativa na História do Brasil.

   O significado maior do gesto cidadão é lutar por um País sério, com instituições fortes, cujos princípios morais serão os guardiões da nossa democracia, impedindo ataques dos maus perdedores.

   E quando o resultado das urnas não nos agradar, será legítimo ampliar a participação política, manifestar-se pacificamente e tentar pressionar governos a mudar os rumos. Tudo menos golpear, dar apoio a golpes ou aplaudir golpistas. É esta a necessária herança que devemos deixar para as futuras gerações.

   É assim que deve ser. É assim que vai ser.

Nenhum comentário:

Postar um comentário