Logo após a prisão do Marin, tentei descobrir o futuro da Fifa e do futebol mundial na borra do café expresso - aquele de cápsula - pois, como se sabe, o nível de precisão é bem superior ao café de coador e ao café solúvel.
Estava lá: Blatter será reeleito, apesar da tentativa dos
americanos de influenciar a eleição da Fifa com as prisões espetaculares de
dirigentes na véspera, acusados de corrupção.
No canto da xícara, o resto de pó indicava ampla
maioria de votos para a situação, enquanto a oposição contaria apenas com os
votos dos países seguidores de Plattini Neves, presidente da federação
europeia, que até ameaçou boicotar eventos organizados por Blatter.
Hoje tomei outro café, para saber como repercutiu a
reeleição entre os deuses, que só se relacionam com os mortais por meio de uma
infusão de coffea arabica.
E todos foram unânimes em apontar que, com a derrota da
oposição, os ataques continuarão e serão mais violentos, para tentar
desestabilizar a administração vencedora.
As investigações prosseguirão. A força-tarefa do
ministério público americano obterá mais provas contra os dirigentes fifeiros,
com a inestimável ajuda do delator premiado, A. Youssef...digo, J. Hawilla.
Outras prisões acontecerão. Claro, sempre seletivas, para
não chocar os homens de bens do planeta. Sem europeus ou norte-americanos nas
listas. Haverá uma devassa na Concacaf, na Conmebol, nas federações da Ásia e
da África, na organização da Copa Kaiser e na administração do Desafio ao Galo.
Até alguns jogadores do Fifa 15 para playstation 4 serão
investigados, pois a justiça americana desconfia de lavagem de dinheiro na
montagem dos elencos.
A operação, apelidada de "Jet Wash" por algum
procurador americano engraçadinho, terá como objetivos: varrer a corrupção do
mundo livre, impedir a realização da Copa na Rússia que poderá dar fôlego ao
comunismo internacional, controlar o pré-sal...digo, o milionário esquema de
cessão dos direitos de transmissão de vários torneios de renome e reduzir o
traffic de influência na escolha das futuras sedes das copas.
Ansioso por mais revelações, bebi várias xícaras de café,
de diversas marcas (exceto o Café Pelé, que costuma errar todas as previsões).
Fiquei com uma insônia daquelas, mas valeu a pena.
Surgiram mais revelações. Marin cumprirá sua pena em
regime fechado, em companhia de uma cinta de pano amarrada na janela, para
nunca mais esquecer a farsa criada pelos militares para encobrir o assassinato
de Vladimir Herzog com a sua inestimável ajuda.
Já em regime aberto, ele será obrigado a realizar
trabalhos comunitários, como lustrar as taças do Barcelona duas vezes ao dia.
Blatter balançará no cargo mas não cairá, apesar das
manifestações pelo seu impeachment, incentivadas pela presidenta dos EUA,
Hilary Clinton, organizadas por Plattini Neves, que postula o cargo de
presidente da Fifa, e comandadas pelas federações das Ilhas Faroe e Liechtenstein,
que sonham com facilidades nas eliminatórias.
Grupos de manifestantes farão dezenas de passeatas em
Zurique, sede da Fifa, vestindo camisetas amarelas...da seleção sueca.
Finalmente, na última xícara de café, chegou a
confirmação de que vai ter Copa na Rússia. E terá boicote também. Os países
europeus com maior tradição no esporte não participarão do evento. Seus canais
de TV transmitirão outros esportes, como badmington, arremesso de anões e
partidas de pebolim.
Os principais fornecedores de materiais esportivos farão
corpo mole para não entregar as bolas a tempo. A antiga marca Drible será ressuscitada;
e Plattini Neves fará greve de fome para
que Blatter renuncie.
Putin decidirá então batizar o torneio de Copa BRICS, só
para tirar sarro dos americanos. Na verdade, será a Copa BRICSBUVAG, acrônimo
ampliado após o ingresso de mais países emergentes no grupo: Bolívia, Uruguai, Venezuela,
Argentina e Grécia.
A final será surpreendente: num jogo muito disputado, a
China vencerá a Venezuela com um gol de Conca no último minuto. O Brasil ficará
em terceiro ao bater a Índia nos pênaltis.
Bem, e o País anfitrião, não se classificará para as
finais? Não, apontou o desenho do pó de café. A Rússia abandonará a competição
ainda na fase preliminar para que seus jogadores engrossem as fileiras do
exército, pois suas fronteiras estarão extremamente ameaçadas. Lembra das Ilhas
Faroe e Liechtenstein? Pois é. Não se conformaram em ficar fora da copa mais
uma vez...
Daí para a guerra mundial é um pulo!
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