sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Ano novo, velhos hábitos



Video postado por Lattuf no Youtube


O governador Déjà Vu está de volta para mais quatro anos de mandato. Assumiu há poucos dias, mas passa a impressão de que as cenas acima já foram vistas em anos anteriores. Se não ocorreram com estudantes, aconteceram com professores. Se não professores, trabalhadores da saúde. Mas que a sensação de que já vimos este filme é muito forte, não há como negar.
Aliás, alguém me responda: Alckmin deixou o governo estadual algum dia? Penso que não. E quem governa São Paulo há 16 anos não é propriamente o partido dos tucanos, como dizem por aí. São os "chuchucanos", aqueles que transformaram o estado mais rico da nação em algo insípido, como um famoso picolé. Ou num purê de ricota, bem ao gosto de certos ambientalistas de plantão.
Vamos recordar: ele governou durante seis anos (dois anos após a morte de Covas e mais um mandato inteiro); vai governar mais quatro anos - dez no total - até 2014 (com direito à reeleição, pode subir para 14 anos de mandato!). Em 1994, elegeu-se como vice de Covas e comandou o famigerado PED - Programa Estadual de Desestatização, que privatizou na bacia das almas quase todas as energéticas (sobrou apenas a Cesp - até quando?) e outras estatais.
No governo Serra, virou secretário de alguma coisa. Só ficou longe do poder paulista de 2006 a 2008, quando disputou a Prefeitura e perdeu. Saiu para comprar um picolé, quase ninguém percebeu a sua ausência.
Não é, portanto, uma volta que preze pela novidade, pela autocrítica. É uma simples continuação, com um breve interregno. Alckmin reaparece com os mesmo hábitos, como vemos no video. O mesmo viés neoliberal, ao reduzir o orçamento para 2011. O mesmíssimo ranço por tudo o que soa popular, progressista, de esquerda.
É claro, não chegou lá por sorteio ou por escolha divina. Ainda. Elegeu-se no 1º turno. Teve o aval da maioria absoluta da população, que adora seu estilo de governar. Porque, em São Paulo, há eleitores que nasceram com uma estranha vocação para súditos, sempre à procura de um novo imperador, sem se importar com a precarização da educação, da saúde, dos transportes. Serviço bom é aquele que eles podem pagar. Esse é o lema de muitos pauli$tas.
Geraldo I, o Imperador Déjà Vu (parece programação da TV a cabo: repete o mesmo filme indefinidamente). Mas não será o último. Ai de mim.

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