sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Comunicação Democrática

Não basta apenas criar conselhos para democratizar a mídia, como vem ocorrendo em vários estados do País. São medidas importantes, mas que, sozinhas, não terão muita eficácia. Outras medidas são necessárias. Restabelecer a exigência do diploma de jornalista é uma delas, acompanhada da melhoria da grade curricular do curso, para dotar o futuro profissional de visão mais profunda sobre a comunicação social.

É preciso também incluir os serviços de jornalismo no Supersimples para expandir a imprensa alternativa. Ampliar o campo profissional e disseminar a segmentação. O Supersimples poderá dar um novo gás ao jornalismo comunitário, principalmente do meio impresso.

É necessário modificar os critérios de concessão das rádios comunitárias. Hoje, é muito restritiva. Muitas das entidades contempladas na última licitação em São Paulo, após uma série de regras draconianas, ainda não obtiveram a autorização do Ministério das Comunicações. Também seria interessante oferecer linhas de crédito para a aquisição de equipamentos.

Por fim, a internet. Antes de tudo, é preciso barrar a aprovação pelo Congresso do chamado AI-5 digital, projeto de lei elaborado pelo senador Eduardo Azeredo (PSDB), que restringe de modo absurdo o uso da internet e das próprias redes sociais. Nesta eleição, os blogs tiveram uma atuação significativa no sentido de restabelecer a verdade e combater as artimanhas da grande imprensa.

As entidades de classe têm que insistir na aprovação do Conselho Federal de Jornalistas, para fiscalizar o exercício da profissão, no sentido de coibir abusos. Com essas medidas, creio que poderemos enfim iniciar o processo de democratização dos meios de comunicação, criando-se alternativas sólidas às ações golpistas de parte da imprensa nacional.