sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Assim caminha a desumanidade...


É a pior momento do governador Alckmin e do próprio PSDB entre tantos episódios de violência de Estado ao longo de duas décadas. Não concordo quando dizem que a PM é despreparada em relação às manifestações populares. Ao contrário, está sendo muito bem preparada para se tornar uma espécie de SS alckmista.

Todos os conflitos em SP, de qualquer natureza, são resolvidos com excessiva e crescente truculência pela polícia militar. Na vã esperança de que, aplicando uma sova exemplar, o povo não vá fazer mais essa coisa feia de se manifestar em público, que muitos chamam de "democracia". A cada borrachada, estão querendo dizer: "fiquem em casa, oras bolas; em vez de provocar confusão nas ruas, batam panelas, reclamem na frente da TV ou se manifestem pelas redes sociais..."

Observem, a polícia alckmista não atua apenas contra passeatas que possam constranger o governador. Ela está presente no transporte público, quando os trens da CPTM param por falta de manutenção e os usuários ameaçam se manifestar. Está presente no futebol, agindo com violência até na organização de filas nas portas das arenas. Está presente de forma brutal nas reintegrações de posse. Bate em estudantes secundaristas. Bate em professores. E quando a adrenalina sobe, bate em tudo que respira e faz sombra. Nem as árvores escapam. O Ibama precisa tomar uma atitude...

São tantas as bombas lançadas (uma a cada sete segundos) que, em algumas horas do dia, SP fica parecida com Londres. É o chamado fog tucano, que arde nos olhos, deixa a boca seca, causa náuseas e aplica um efeito "moral" em quem estiver por perto. Ou efeito "Moraes", para ficar bem de acordo com o secretário de Segurança Pública do governo do estado, que, em um ano de gestão, está batendo recordes sucessivos nos quesitos truculência em manifestações públicas e chacinas não investigadas.

Pois a neblina serve para encobrir muitas coisas, também. Na terça-feira, dia 13 de janeiro, quase no mesmo instante em que a PM massacrava manifestantes e transeuntes na região da avenida Paulista, dona Alda sofria uma tentativa de assalto na Mooca; quando assaltantes tentaram levar o seu carro, ela acelerou e levou um tiro na cabeça. Faleceu horas depois.

Se me disserem que a PM está despreparada para combater o crime, aí eu concordo. A criminalidade agradece à total mudança de foco da polícia alckmista.

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