quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Insanos numa noite de verão

A edição desta madrugada (7/1/15) do Jornal da Globo foi insana. A mais insana do ano que começa e indica que virão outras, bem mais tresloucadas, destinadas a desinformar o espectador e falsificar a realidade.

Deve ser o efeito de algo que faz ferver os miolos dos senhores globais em pleno calor do verão brasileiro: a provável regulamentação da mídia.

A greve da Volkswagen, por exemplo, foi apresentada por William Waack como o símbolo do "fracasso da politica econômica do País".

Afinal, a venda de veículos em 2014 teve uma queda de 7,15% em relação a 2013. Um horror! No País dos sonhos das montadoras, os consumidores trocariam os seus automóveis de seis em seis meses ou menos. Acumulariam financiamentos. E comprariam vários modelos só para enfeitar a garagem...

Na nação idealizada pelos globais, fabricantes de automóveis não precisariam respeitar acordos sindicais e mereceriam receber os lucros exorbitantes na venda de bens duráveis, algo nunca inferior a 30% acima do preço da média mundial.

Mas as maiores pérolas da noite ficaram por conta da matéria sobre o protesto dos pescadores em Itajaí que bloqueou a saída de um transatlântico lotado de coxi...digo, turistas brasileiros.

E não é que colocaram o vídeo de uma revoltada online, feito por celular, reclamando que se sentia num cárcere privado, pois a alfândega não permitiu o retorno à terra? Ué...será que foi conduzida ao porão até que a embarcação zarpasse? Teve que andar na prancha? Descascar batatas?

Talvez a moça tenha esquecido que, em alto mar, qualquer navio vira cárcere privado. Tipo Alcatraz com motor. E o que é pior: em território estrangeiro, como é considerado o espaço da embarcação. Um belo cárcere, sem sombra de dúvida. Com direito a dançar com o comandante, tomar espumante, essas coisas...

Ah, claro, teve a reclamação do pescador. O decreto do Ministério do Meio Ambiente proíbe a captura de algumas centenas de peixes ameaçados de extinção, incluindo os populares e comerciais cação e garoupa.

Um trabalhador afirmou que está impedido de pescar. Não, companheiro, não está.
Pode procurar outros peixes, menos os protegidos. Simples, né? Basta jogar a rede na água que virão tainhas aos montes. Se pegar garoupa ou cação, devolva-os ao mar.
Porém, se optar por pescar (cabeças de) bagre, o endereço é outro: Projac, no Rio da Janeiro.


Infelizmente, essa espécie, abundante no jornalismo brasileiro, ainda não está em extinção.

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