A edição
desta madrugada (7/1/15) do Jornal da Globo foi insana. A mais insana do ano
que começa e indica que virão outras, bem mais tresloucadas, destinadas a
desinformar o espectador e falsificar a realidade.
Deve ser o
efeito de algo que faz ferver os miolos dos senhores globais em pleno calor do
verão brasileiro: a provável regulamentação da mídia.
A greve da
Volkswagen, por exemplo, foi apresentada por William Waack como o símbolo do
"fracasso da politica econômica do País".
Afinal, a
venda de veículos em 2014 teve uma queda de 7,15% em relação a 2013. Um horror!
No País dos sonhos das montadoras, os consumidores trocariam os seus automóveis
de seis em seis meses ou menos. Acumulariam financiamentos. E comprariam vários
modelos só para enfeitar a garagem...
Na nação
idealizada pelos globais, fabricantes de automóveis não precisariam respeitar
acordos sindicais e mereceriam receber os lucros exorbitantes na venda de bens
duráveis, algo nunca inferior a 30% acima do preço da média mundial.
Mas as
maiores pérolas da noite ficaram por conta da matéria sobre o protesto dos
pescadores em Itajaí que bloqueou a saída de um transatlântico lotado de
coxi...digo, turistas brasileiros.
E não é
que colocaram o vídeo de uma revoltada online, feito por celular, reclamando
que se sentia num cárcere privado, pois a alfândega não permitiu o retorno à
terra? Ué...será que foi conduzida ao porão até que a embarcação zarpasse? Teve
que andar na prancha? Descascar batatas?
Talvez a
moça tenha esquecido que, em alto mar, qualquer navio vira cárcere privado.
Tipo Alcatraz com motor. E o que é pior: em território estrangeiro, como é
considerado o espaço da embarcação. Um belo cárcere, sem sombra de dúvida. Com
direito a dançar com o comandante, tomar espumante, essas coisas...
Ah, claro,
teve a reclamação do pescador. O decreto do Ministério do Meio Ambiente proíbe
a captura de algumas centenas de peixes ameaçados de extinção, incluindo os
populares e comerciais cação e garoupa.
Um
trabalhador afirmou que está impedido de pescar. Não, companheiro, não está.
Pode
procurar outros peixes, menos os protegidos. Simples, né? Basta jogar a rede na
água que virão tainhas aos montes. Se pegar garoupa ou cação, devolva-os ao
mar.
Porém, se
optar por pescar (cabeças de) bagre, o endereço é outro: Projac, no Rio da
Janeiro.
Infelizmente,
essa espécie, abundante no jornalismo brasileiro, ainda não está em extinção.
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