quinta-feira, 3 de julho de 2014

GENEBRA É AQUI! SÓ QUE NÃO...

Ontem, na Arena Corinthians, fui um dos poucos brasileiros a torcer para a Argentina na fase das oitavas da Copa. Muitos dos meus compatriotas acordaram ao som dos relógios de cuco, sentindo-se suíços. Tomaram o seu leitinho Nestlé e partiram para o estádio inspirados nos famosos canivetes, dada a animosidade em relação a "los hermanos".

Houve entreveros pontuais e, bem pertinho de mim, um torcedor corinthiano partiu para as vias de fato depois que um argentino subiu no assento da cadeira para comemorar.

Um dos principais cânticos era "mil, gols, mil gols, mil gols de Pelé...Maradona cheirador", o que prova que o brasileiro é, antes de tudo, ruim de rima.

Foi bem estranho ver um grupo de corinthianos defender Pelé, nosso grande carrasco nos anos 60. Ainda mais que Maradona foi fã incondicional do grande Rivellino, o reizinho do Parque. E tivemos Tevez como ídolo...

Mas, para certos brasileiros, a Suíça está acima de tudo, obviamente. E a Argentina é o inimigo a combater, o país que mais ameaça a nossa soberania, com suas carnes macias, bem acima do padrão friboi, e o seu malbec com aroma de frutas vermelhas intensas e maduras como ameixa seca e notas florais de violetas...

Eles não estão sozinhos nesta parada. Na verdade, seguem galvões buenos e miltons neves, grande incentivadores de uma rivalidade exagerada, ao lado de outras celebridades midiáticas.

Fico agora imaginando uma final de Copa entre Brasil e Argentin
a, cuja taça poderá ser entregue por Dilma e Blatter. Tudo o que o coxinha deseja na vida para vaiar e soltar palavrões à vontade. Nem Gisele Bundchen escaparia ilesa. E o espetáculo seria um prato cheio para Danilo Gentili enfiar outra bandeira no fiofó, como fez semanas atrás.

Minha esperança é que, no encerramento, a guitarra de Carlos Santana acalme os ânimos e promova a paz. Afinal, o guitarrista mexicano ainda é unanimidade...ou também não é mais?


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