Um
ex-boxeador brasileiro, Touro Moreno, 75 anos, teve 18 filhos e um único sonho:
transformá-los em ídolos do seu esporte preferido. A um deles deu o nome de
Yamaguchi, em homenagem ao seu ex-treinador, já falecido. Outro filho foi
batizado de Esquiva – do verbo esquivar, um recurso utilizado no boxe para
escapar dos golpes do adversário.
Touro
o chamou assim por uma única razão:
durante os combates, os técnicos não podem dizer nada além do nome do pupilo. Dessa
forma, o filho poderia ser orientado sem burlar a regra (“esquiva, esquiva”).
E de luta em luta, de treino em treino, Yamaguchi
e Esquiva chegaram às Olimpíadas. Foram vencendo confrontos e ganharam medalhas
para o Brasil. O primeiro já garantiu o bronze e lutará para chegar à final. O
outro já foi mais adiante, a caminho do ouro. Touro Moreno, em seu casebre no
interior do Espírito Santo, alheio ao valor do metal que marcará a premiação
dos filhos, sobe agora num pódio imaginário, do qual jamais irá descer.
E nós, brasileiros, ocupando modesta posição no
ranking geral da competição, enfim podemos dizer: não vivemos de medalhas,
vivemos de histórias assim.
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