sábado, 11 de agosto de 2012

Conto olímpico


Um ex-boxeador brasileiro, Touro Moreno, 75 anos, teve 18 filhos e um único sonho: transformá-los em ídolos do seu esporte preferido. A um deles deu o nome de Yamaguchi, em homenagem ao seu ex-treinador, já falecido. Outro filho foi batizado de Esquiva – do verbo esquivar, um recurso utilizado no boxe para escapar dos golpes do adversário.  
Touro o chamou assim por uma única razão: durante os combates, os técnicos não podem dizer nada além do nome do pupilo. Dessa forma, o filho poderia ser orientado sem burlar a regra (“esquiva, esquiva”).
E de luta em luta, de treino em treino, Yamaguchi e Esquiva chegaram às Olimpíadas. Foram vencendo confrontos e ganharam medalhas para o Brasil. O primeiro já garantiu o bronze e lutará para chegar à final. O outro já foi mais adiante, a caminho do ouro. Touro Moreno, em seu casebre no interior do Espírito Santo, alheio ao valor do metal que marcará a premiação dos filhos, sobe agora num pódio imaginário, do qual jamais irá descer.
E nós, brasileiros, ocupando modesta posição no ranking geral da competição, enfim podemos dizer: não vivemos de medalhas, vivemos de histórias assim.

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