quinta-feira, 25 de agosto de 2016

20 momentos do jornalismo "sóbrio" nos jogos olímpicos

Momento 1: Na abertura, Galvão Bueno anuncia as vaias para o interino golpista. Vaias e alguns aplausos. Não, pera. Vaias e aplausos. Se Temer falasse um pouquinho mais, Galvão chegaria a poucas vaias e muitos aplausos.

Momento 2: Ana Paula Padrão, na TV Record, cisma com a Coreia do Norte.  Como não viu a delegação norte-coreana desfilar antes da Coreia do Sul, por ordem alfabética, deduziu que os seus atletas ficaram presos no hotel sendo açoitados pelos maquiavélicos comunistas. Só que não. A República Popular da Coreia, nome oficial, entrou quase no fim, na sequência de países com a letra R.

Momento 3: repórter do SporTV entrevista Daniele Hypolito após disputa por equipes e começa a entrevista falando da queda na ginástica de solo. Mas a ginasta reage: “Em vez de ressaltarem as coisas boas, vocês falam logo da queda...por que não fala da trave onde tive bom desempenho?"

Momento 4: o ex-judoca Flávio Canto, apresentador do programa Balada Olímpica, chora, ao vivo e em cores, ao comentar a conquista do ouro pela judoca Rafaela Silva.

Momento 5: Comentarista da BBC manda Galvão Bueno calar a boca, pois está atrapalhando a largada da natação. Mas Galvão não para. E berra no instante em que Michael Phelps ganha mais um ouro. Ainda bem que o nadador americano não tem a letra R no nome...

Momento 6: terminada a prova dos 50 metros, repórter do SporTV pergunta ao nadador brasileiro Bruno Fratus se está chateado com o resultado. "Não, Tô felizaço. Fiquei em sexto, né?"

Momento 7: Diego Hypolito leva medalha de prata e Glenda Koslowski berra, desafina e...chora! Ganhou o prêmio Galvão Bueno de histrionismo na categoria individual.

Momento 8: Numa mesa redonda do SporTV, surge um intenso debate a respeito do comentário negativo do New York Times, que classificou o biscoito de polvilho Globo, famoso no Rio de Janeiro, como "sem gosto". Os jornalistas, indignados, rebatem, falando mal do donuts,"aquela bomba calórica!" Afinal, quem é o New York Times na fila do pão ou do biscoito?

Momento 9: Usain Bolt vence os 100 metros rasos. E começa a tietagem da Globo, como se não existissem outros competidores. Só alguns minutos depois  ficamos sabendo quem ficou em segundo e e terceiro. Em seguida, um repórter entrevista Bolt e pergunta em inglês: estava motivado hoje? Resposta: eu sempre estou motivado...

Momento 10: a dupla Alysson/Schmidt vence e avança para os semifinais. Locutor animado do SporTV entrevista papai de Schmidt (dei conselhos a ele). Logo depois entrevista Tadeu Schmidt, tio famoso do atleta, que não se controla e...chora!

Momento 11: logo após a vitória do saltador Thiago Braz, o narrador Milton Leite solta um PQP, provavelmente direcionado a alguém da equipe do SporTV: "tô falando, puta que pariu". Que fase, hein?

Momento 12: mico internacional. Técnico do saltador francês  fala que o Brasil é um País estranho, pois Thiago Braz conseguiu juntar forças para superar seu adversário, mas o jornal Le Monde inventou que Thiago se valeu de forças místicas para vencer, fazendo menção ao candomblé.

Momento 13: o jornalista Marcos Uchoa, da Globo, entrevista o saltador francês Lavillenie e, em nome dos brasileiros, pede desculpas pelas vaias (merecidas) da torcida.

Momento 14: o apresentador William Waack sempre foi adepto da carreira solo no Jornal da Globo. Pergunte para Christiane Pelajo. Mas, durante a Olimpíada, ele teve a companhia de outra Christiane, que não aguentou o mau-humor e respondeu à altura as provocações do medalhão. Bem, talvez ele tenha problema apenas com quem se chama Christiane...

Momento 15: Galvão Bueno ao vivo é certeza de mico. No estúdio da Vila Olímpica, após outra vitória de Usain Bolt, o humorista Marcelo Adnet canta o hino da Jamaica; Galvão quer porque quer que todos fiquem em pé, em sinal de respeito. Mas esquece que, entre os convidados, há o cadeirante Fernando Fernandes, atleta paraolímpico, e Torben Grael, que perdeu uma perna num acidente de barco.

Momento 16: "Vamos falar com nosso campeão olímpico, também, meu querido amigo Tande, que jogava pouco, mas na praia não foi lá essas coisas, não". Adivinhe quem é o autor da frase. Suas iniciais: GB. Tande respondeu imediatamente: "Fui campeão mundial e você não lembra disso". Em 2001, ao lado de Emanuel, Tande recebeu medalha de ouro...

Momento 17: Na final do vôlei masculino, no primeiro set, a Rede Globo transmitiu a imagem de uma mulher segurando um cartaz contra Temer por alguns segundos. Sem perder tempo, o narrador Luiz Roberto se apressou em dizer que a exibição das imagens não era culpa da Globo, mas sim da empresa que fazia a transmissão oficial.

Momento 18: diz a lenda das arquibancadas que gritar gol antes da hora dá azar. Pelo jeito, gritar "ouro" antes da hora também. Cleber Machado que o diga. Escalado para narrar a prova de canoagem de mil metros, ele se empolgou e confundiu a marca de 250 metros com o final da prova. E narrou a vitória de Isaquias Queiroz antes de terminar a prova. Resultado: o canoísta chegou em segundo fico com a prata.

Momento 19: Operação "Sai Assobiando e Faz de Conta que Não existiu". As manifestações contra Temer estiveram presentes em várias competições. Não houve local de prova que não tivesse espectadores empunhando cartazes e gritando "Fora Temer". Mas o fato só foi lembrado na imprensa como algo desagradável e negativo, nas palavras de José Roberto Guimarães, técnico do vôlei feminino. Pena que ele não viu as manifestações na final do vôlei masculino e até no encerramento, pois, desclassificado nas quartas de final, voltou pra casa mais cedo. Se viu, foi pela TV.

Momento 20: ao longo dos jogos, a mídia pôs em prática a Operação "Passa uma Borracha na História", ao omitir a participação de Lula na conquista da Olimpíada para o Brasil, o empenho de Dilma na realização do evento e o investimento dos governos petistas no esporte de alto rendimento por meio de programas especiais.


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