quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

No pique de 2013

   Cá estamos nós ao final de mais uma prova de pedestrianismo. Uma estranha maratona, onde começamos na velocidade dos 100 metros rasos e vamos terminando como uma espécie de marcha atlética - todos trôpegos, na tentativa de cruzar a linha de chegada na hora exata. Às vezes um último recurso pode ser um salto a distância, na tentativa de abreviar o percurso.
   É também uma esquisita prova de revezamento, na qual passamos o bastão a nós mesmos, ao final das 12 badaladas que encerram o período. Dizemos: “agora vai, 2013 é seu!”
   “Ah, e capriche nas resoluções, hein? Nada de financiamentos muito longos! Procure tomar os remédios na hora certa! Conserte aquela tomadinha da lavanderia que não funciona há anos! Corte o sal! O açúcar! O álcool! A picanha! Fuja dos embutidos!    Faça o seu exame de próstata! E pare de tomar refrigerantes no bico da garrafa! É muito feio!”
_ Quer o bastão de volta? Responde o outro eu...
_ Pode ir, confio em você. Vai fundo...!
   E, no primeiro centésimo de segundo do novo ciclo, aceleramos no ritmo dos jamaicanos; sob espocar de fogos, como se fosse mais um título do Corinthians; todos de branco, para ser vistos no escuro. E damos uma boa olhada no retrovisor para gravar na memória aquilo e aqueles que não conseguiram alcançar a virada. Aprender com o passado pode ser a melhor estratégia de corrida.
   No mais, podemos trocar de raia à vontade, pois não se trata de uma competição. Jogar beijos e sorrisos aos demais participantes. Apreciar cada perlage de um bom espumante, pois dizem que as pequenas bolhas nos fazem flutuar...só não beba no gargalo, lembre-se da resoluções...
_ Mas não era para cortar o álcool? Xiii...
   Calma, calma, a maratona está apenas começando. E nesta relargada, o bafômetro é totalmente dispensável. As resoluções só entrarão em vigor no primeiro dia útil. O mais importante é o “novo eu” estar bem aquecido, com um bom plano de prova e com o espírito revigorado. E ter em mente que estaremos aqui e ali, talvez acolá, mas sempre pelas redondezas. Pois quem vai correr, e muito, não é o nosso corpo: é a pista! É a pista!
   Como já disse, estranha maratona...feliz 2013! 

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